Diálogos


A FILOSOFIA DA LINGUAGEM

 

- O senhor não quer deixar ao menos uma notícia breve sobre suas incursões na Filosofia da Linguagem?

- Sobre a Filosofia da Linguagem eu falei na Associação dos Professores Católicos, mas ficou perdido. Não tenho absolutamente nada. Foi um curso de três meses, dividido em 12 aulas.

- Quando?

- Foi em 1946, ano imediato àquele em que fui nomeado. Não eram pontos de vista pessoais. Pela conexão com os dados bíblicos sobre a linguagem, o problema da linguagem exigia explicitação, configuração e depoimentos. A Associação, naquela ocasião, não era predominantemente feminina, como ocorreu com o passar dos anos. Tínhamos lá uma presença muito estimulante de intelectuais curiosos que instigavam a gente. Eram o Mem de Sá, o Fiori, o Brito Velho, o Coelho de Souza, o Viana Moog, fora outros.

- Ao menos a estrutura básica do curso.

                        - Vou lhe expor o itinerário. Para analisar a linguagem, eu não podia partir senão de uma base psicológica. Então comecei a analisar a teoria da abstração em Aristóteles e Santo Tomás. Depois passei à análise das diversas formas como, dentro da Filosofia moderna, se tentou interpretar a função abstrativa. Terminei em Kant, que foi objeto da última análise.